domingo, 1 de janeiro de 2012

Édipo e Anti-Édipo

ideias que se desprendem do lógico porque o lógico não interessa agora. o surreal preenche o devir. sagrado ou profano, eis aí uma das encruzilhadas onde édipo se encontra e se digladia. as leis divinas parecem estar no mesmo nível das leis humanas. a questão do poder, ou melhor, do poder-saber, atravessam-lhe fechando ciclos. édipo tirano. o poder corrompe, o poder esquizofreniza. édipo caminha entre o mundo das sombras e o da realidade. esta, quando ele consegue contemplá-la, cega-lhe como punição por ter tido olhos e não ter conseguido enxergá-la. posso querer descobrir a verdade, como Jocasta, já tendo o prenúncio da verdade em suas mãos, e me manter passiva, sem desejar buscá-la, para que não se altere aquilo que está estável. édipo, antes de mais nada, é louco pelo poder, poder que não pretende ceder a creonte ou a qualquer outro, mas, ao tomar o conhecimento da verdade, banha-se no rio do saber. e da relação poder-saber prefere a escuridão da culpa. do nada ao ser, do ser ao nada. fecha-se o seu ciclo metafísico, oculta-se o fazer histórico-social, com a morte de jocasta.
o anti-édipo surge como forma de pôr fim às amarras que seguram, aprisionam, o desejo revolucionário, como maneira de nos apresentar ideias que nos instiguem à vivência de “uma vida não-fascista”, alegre, plena de devires, cheia de potências e intensidades, sem clichês... nosso inconsciente são usinas que produzem subjetividades, são máquinas desejantes, ao contrário do que a psicanálise e a psiquiatria estabelecem por meio da teoria edipiana, ao contrário do que o capitalismo, o estado, o psiquiatra, o patrão, todos juntos verticalmente imprimem em nossos corpos. ... não devemos aceitar esses determinismos historicamente consagrados e legitimados pela sua repetição que só nos levam à subserviência e à castração das nossas potências criativas...
tânia marques 17/12/2011
meus textos são escritos com as letras minúsculas para não passarem ao leitor a ideia de hierarquia, de submissão, às letras maiúsculas, aparentemente mais “poderosas”. linearidade sempre, inclusive e principalmente nas práticas cotidianas menores, tipo a da escrita que tenta burlar o sistema oficial. para a pontuação também vale o mesmo, se bem que é bastante difícil para uma professora de português (eu), que já tem a normas gramaticais automatizadas, conseguir inicialmente deixar-se levar pela insubordinação a elas.
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