domingo, 30 de janeiro de 2011

Torres, a mais bela praia


Tentando descrever Torres, lembrei as primeiras sensações sentidas quando, inda jovem, do alto de uma de suas falésias, hoje conhecida como Morro do Farol, alonguei meus olhos para dois infinitos horizontes. De onde nasce o sol, vi chegarem ondas que se debruçavam sobre a costa, vezes, procurando abrigos em suas inúmeras furnas, ou espalhando espumas brancas sobre a areia fina; noutras, medindo forças contra as milenares rochas vulcânicas que oferecem diferentes sons na musicalidade das cordas dos ventos sul e nordeste. Para onde o sol se põe, vi vespertinas claridades se aninharem por detrás da serra, que se veste, nos dias de luz, de claro azul, mostrando curvas e contornos a se desdobrarem em desenhos inimagináveis.
A serra e o mar se casam ao cair da tarde - espetacular festa de cores. É da serra – é de lá – tenho certeza – onde existe algo ou alguém a produzir diferentes luzes e tonalidades para enfeitar as nuvens a se debruçarem do outro lado, onde tudo começa e termina. São tantas e tantas as cores, que não as consigo descrever. Seria necessário me socorrer da sensibilidade de um artista plástico celestial, para que, em seus óleos sobre tela me ensine como nascem e como são combinadas as nuances das tardes transluminosas, transportando nuvens que não são só brancas, mas que refletem, em contrastes, um colorido dourado, argênteo, topázio, verde, azul, alizarina ou a cor da púrpura que adornou palácios, dignidades e realezas.
Suas areias brancas viajam ao sabor natural do vento guardando segredos onde se aninham casais enamorados perpetuando a fauna, a flora e onduladas formas de vida.
Torres, não é só uma praia. É muito mais. É tudo o que a natureza pode oferecer em beleza e frescor. É mata nativa, é pureza na brisa, no ar canalizado do Parque da Guarita aos pulmões jovens ou cansados pela canga do tempo procurando repouso.
Torres é um lugar para se viver, criar e partir na serenidade da paz que o tempo vai, aos poucos, construindo e levando para as sadias dimensões dos que souberam ver, sentir e amar.
Jorge Saes
Torres – RS.
Natural de Bagé.
61 anos de idade, casado, três filhos.
Formado em Ciências Juríricas e Sociais.
Espírita, escritor e artista plástico.


Fonte das imagens:

2 comentários:

Anônimo disse...

Imagens e texto vivo ! Adorei

Beijos com carinhos

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Tânia, deu nostalgia... meu pai amava a fotografia. eu, torres. abraços, Jorge

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