segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

DIÁRIO DE BORDO: O CORAÇÃO É UM CANTEIRO DE FLORES...

DIÁRIO DE BORDO: O CORAÇÃO É UM CANTEIRO
 DE FLORES...
Jorge Bichuetti do blog Utopia Ativa
Madrugada... de verão. Calor e vida. O orvalho no meu quintal impregnou o ar com cheiros de rosas e folhas, um mato no chão que acalenta... relva salpicada de gotas que refletem o céu... Há estrelas no caminho...
Luinha foi descansar... Anda encantadas com os passarinhos que cantam e voam... se agasalham nos álamos e vivem alegres... Antes tinha ciúmes; agora,não...
Não sei como a Luinha consegue entender tudo que se passa... seus olhinhos cuidam de mim... me acompanham... Agora, é 04:48... Ela veio me acompanhou no quintal... me viu sentir alegria, com os passarinhos se despertando com a minha presença... Caminhar é voar quando, no caminho, nos conectamos com as flores e com as árvores, com o vento e o orvalho, com o luar... Voar para encontrar no caminho a a aurora... Converso longamente com Luinha e lhe tranquilizo, dizendo que logo nossa rotina se dará no alvorecer da vida com sonhos e poesias, lutas voos na imensidão azul... Estes dias de repouso e medicamentos, a deixou cheia de cuidados... Me vigia... Se brincamos, ela alegre corre e piedosa, logo, deita-se... respeitando minhas horas de repouso... Ali, nos meus pés... ou aconchegada ao meu coração...
O amor na sua expressão de ternura e compaixão, partilha e solidariedade... é a magia da vida que germina novas floradas, afugentando do caminho os espinheirais das dores e das inquietações... Por isso, cura...
Ouvindo longe as badaladas dos sinos... penso na vida e na minha alegria de viver...
Viver é tecer no caminho um rede de amores e amizades onde conectados os corações se transformam num canteiro de flores... Floradas da ternura; vidas partilhadas nos voos do amor...
O mundo permanece cinzento e hostil... Guerras, corrupção... Exclusão social, desamor... O individualismo neoliberal agravou as perversidades da subjetividade capitística... Banalizou os encontros; forjou vínculos líquidos... Incrementou o consumismo... e gerou uma vida de depressão, pãnico e toxicodependência... muita solidão...
No retorno às atividades docentes da Psicologia da Uniube, vi que há outros mundos... Amigos na alegria do sorriso que abraça... Amigos no idealismo do caminho que desbrava na escuridão novos horizontes azuis...
Como é valioso e revolucionário a força do amor que tecida nos vínculos da amizade institui a ética da solidariedade e da compaixão...
Miro Luinha: ela sonha... Lhe ensino a fugir dos pesadelos da apatia, da acomodação e do imobilismo que nos é sugerido, diuturnamente, por modo de existir que nos aparta do outro...
O outro é um alheio... na narcisismo parasitário do capitalismo globalizado que nos aliena da vida de encontros... Substui o encontro pela informação; cristaliza ilusões e nos sedimenta de pés alijados da caminhada de de pedras e flores, espinhos e sonhos... caminhada da humanidade na esperança ativa de produzir na luta um novo alvorecer...
O mundo molar é rígido, não tem molas... não tem bailado da flexibilidade que é compreensão e tolerância, auxílio mútuo e metamorfoses singularizantes...
O sol nascerá... Mesmo com minhas dores (que passarão) hei de buscar a molecularidade terna e singela dos sambas do morro... Cantarei, dançarei...
Todos temos nossas dificuldades e limitações e crescemos, nos alisamos para os devires inovadores na luta... Mas, como já dizia Nietzsche, não se vence o "diabo" com palavras... o vencemos com riso, dança e música... a arte martelando aberturas no horizonte, parindo o porvir... a coragem de ser alegre por teimosia semeando no céu nublado um arco-íris e uma revoada de passarinhos...
 
Abaixo uma entrevista concedida pelo meu querido amigo, Jorge Bichuetti, ao Programa DNA, da BAND TV. "Entrevista com o psicanalista Jorge Bichuetti, exibida em 19 de agosto de 2010, na Band Triângulo. O DNA é um programa de entrevistas conduzido pelo jornalista André Azevedo da Fonseca. O objetivo é despertar um diálogo sobre as reflexões mais íntimas, as impressões pessoais e as diversas dimensões da sensibilidade dos entrevistados".




#DNA 41 - Entrevista com o psicanalista Jorge Bichuetti from Andre Azevedo da Fonseca on Vimeo.

2 comentários:

Fernanda Almada disse...

Ei, Tânia!
Cadê o "curtir" aqui do blog???
Precisava, ne? =)

Jorge é amigo, é sabedoria, é sensibilidade, é poesia!

Adorei reler suas palavras e ouvi-lo novamente...

Obrigada pelo presente em forma de "post".

Beijos!

Tânia Marques disse...

Com certeza, Fernanda, adoooro esse amigão! Beijos

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